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A importância da sustentabilidade já pautada há algum tempo, e fortalecida com as novas adoções ESG (Environmental, Social e Governance – ou, em português, Ambiental, Social e Governança) tem se mostrado cada dia mais urgente em diferentes esferas do setor energético. Também, pudera, em meio ao cenário pandêmico e econômico extremamente complexos, mudanças climáticas a nível global e, mais recentemente, o impacto da iminente e cíclica crise hídrica no país, o que não faltam são desafios para este setor.
A necessidade de implementação de soluções energéticas sustentáveis com menor impacto ambiental se mostra ainda mais evidente mediante a maior crise energética do país desde 1991, devido à escassez de chuvas. O consumidor já sente o impacto no bolso – houve reajuste de 52% na bandeira vermelha em junho deste ano, e a previsão é um aumento de 16,7% nas contas de luz em 2022, de acordo com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Além da crise hídrica, o mercado de energia elétrica encontra desafios logísticos devido à distribuição desigual das atividades econômicas entre os estados, que geram diferentes demandas energéticas. A localização da infraestrutura de produção e geração de energia considera condições naturais e técnicas de implantação e funcionamento, variando de acordo com a região.
Todos esses fatores apontam para um denominador comum. É preciso investir na busca por soluções energéticas capazes de diversificar a matriz brasileira de maneira limpa, renovável e segura. Isso se torna um dos principais desafios no âmbito das políticas energéticas no Brasil e no mundo.
Há alternativas disponíveis no mercado, como, por exemplo, a energia eólica e solar. Mas é preciso que, tanto o âmbito privado quanto o governamental, invistam na tecnologia necessária para fomentar a implementação e uso delas. A tecnologia está correlacionada com a diversificação da matriz energética, e para tal, o investimento nela não pode parar, ainda que em meio a momentos de crise.
Tais características associadas a outras tendências como a possível privatização da Eletrobras, adoções de novas regulamentações em discussão como o conceito de energia aberta – no qual a comercialização de energia poderia funcionar como uma atual assinatura de TV a cabo e/ou telefonia - possuem uma importância ímpar no escopo do planejamento das políticas e ações futuras, além da evolução do modelo de geração e comercialização de energia que estão mudando significativamente o modelo de negócio e atraindo novos entrantes e agentes neste mercado.
A expectativa de alguns institutos de pesquisa, no Brasil e no mundo, indica que a tendência global é de um aumento significativo na demanda de recursos energéticos, pois a evolução de diversos setores da sociedade está baseada em tecnologia, automação e mobilidade baseada nessa matriz. E para que o mercado possa se preparar para tal evolução, é preciso quebrar paradigmas e mudar o mindset - nos âmbitos público e privado - para que possamos acompanhar o mundo no caminho em direção desse “novo normal”, em todos os sentidos.
Além de fortes investimentos em novas fontes de energia, as empresas deverão ter uma alta demanda de ferramentas tecnológicas de controle, análise de informações e uma excelente visão de planejamento, já que terão de tratar com diversas fontes e até mesmo parceiros diferentes. E do lado do mercado consumidor, com as novas formas e possibilidades de comercialização em desenvolvimento e regulamentação, a necessidade de evolução dos recursos tecnológicos atuais certamente fará com que surjam novas e completas ferramentas de gestão, além de uma considerável evolução dos modelos e processos atuais.