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A crescente transformação digital dos últimos anos trouxe consigo uma demanda de adaptação rápida e assertiva, sobretudo para aquelas empresas que ainda começavam a galgar os primeiros passos de sua jornada rumo à digitalização, ou aquelas que ainda não haviam sequer ingressado nela.
Nesse contexto, pudemos observar a disseminação de tendências que democratizam o acesso à tecnologias mais complexas, suprindo essa urgência.
Dois grandes destaques nesse sentido são o Low-Code e o No-Code, popularmente conhecidos como plataformas de “programação sem código”.
De maneira simplificada, pode-se descrever o Low-Code e o No-Code como formas de desenvolvimento que dispensam linguagens de codificação, simplificando o processo de criação, tornando-a mais acessível.
O conceito de Low-Code surgiu em meados de 2014 através da agência de pesquisa de mercado Forrester Research, em um relatório sobre novas plataformas de desenvolvimento de aplicativos orientadas para o usuário.
Mais especificamente, Low-Code pode ser definida como uma plataforma que viabiliza o desenvolvimento ágil de aplicações e sua implantação e execução na nuvem, além de possuírem técnicas de criação visuais e amigáveis ao invés de programação.
Segundo o relatório Low-code Development Platform Market Research Report — Global Industry Analysis, Trends and Growth Forecast to 2030, da Research and Markets, a receita global do mercado de plataforma de desenvolvimento Low-Code foi de US$ 12.500,6 milhões em 2020, e a previsão é de uma taxa de crescimento anual de 31,3% entre 2020 e 2030, atingindo expressivos US$ 190.792,6 milhões até lá.
O No-Code surgiu um pouco depois, e é uma plataforma que possibilita a criação de aplicações sem nenhuma linguagem de programação e nem requer experiência técnica das pessoas que irão desenvolver as novas aplicações na plataforma, elevando o nível de acessibilidade. Com ela, é possível formar ferramentas ideais para soluções mais simples e dinâmicas.
O uso de Low-Code e No-Code cria importantes vantagens aos negócios, as quais pude testemunhar pessoalmente em projetos onde atuei.
Destaco aqui a melhoria na aderência de projetos, visto que o Low-Code facilita a interação do negócio durante a construção.
Além disso, houve melhora no tempo de resposta do departamento de TI na entrega de valor ao negócio, visto que o ciclo de desenvolvimento pode reduzir de 30% a 60% em relação aos projetos com técnicas tradicionais.
Também pude observar um maior empoderamento do negócio das células ágeis, pois o Low-Code permite encurtar o tempo entre a definição dos requisitos de negócios e a primeira versão das entregas, criando maior interação entre TI e negócios. Isso além fomentar a cultura de melhorias contínuas nos processos internos, e maximizar a experiência do usuário.
As soluções suprem, ainda, outra carência latente do mercado de TI, a falta de mão de obra qualificada.
As plataformas Low-Code e No-Code podem ser aplicadas a todos os segmentos de mercado e seus benefícios possuem ampla aderência em processos de negócios como: Financeiro, Recursos Humanos e Logística.
Mas, é importante ressaltar que a adoção das plataformas deve estar sempre alinhada com as demandas e necessidades do negócio, bem como com a arquitetura tecnológica que a empresa possui.
Somente dessa forma será possível estabelecer uma visão de arquitetura corporativa robusta, escalável, flexível e segura, que suporte o crescimento e os investimentos realizados pela empresa.
A inovação é um caminho sem volta, e afirmo com convicção que o Low-Code e o No-Code são, e serão, grandes protagonistas da jornada rumo à digitalização.
Victor Hugo Rodrigues, Arquiteto de Soluções SAP na Softtek Brasil