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A indústria de serviços financeiros e o desafio da inovação

tim-evans-88330-unsplash

**Texto original, em espanhol, por Emanuel Sanchez. Para acessá-lo, clique aqui.

A indústria de serviços financeiros mudou muito pouco durante o século XX. Dentre os grandes marcos podemos mencionar o surgimento do caixa eletrônico, o home banking e o pagamento de faturas remoto. Já neste início do século XXI, podemos ver que este quadro tem tomado novas formas com o surgimento de aplicações de self-service, serviços bancários móveis, Big Data e inteligência artificial, apenas para citar alguns.

Embora todas essas soluções sejam um terreno fértil para a disrupção entre empresas já estabelecidas do setor, elas também motivam novos concorrentes a trilharem este caminho. Na verdade, o "Big Data Executive Survey" realizado este ano nos Estados Unidos revelou que quase 80% dos principais executivos temem que suas empresas corram o risco de perder mercado para concorrentes ágeis e baseados em dados. Do total de entrevistados, 75% representavam as maiores empresas de serviços financeiros naquele país. E neste sentido existem dois tipos de ameaças: por um lado, a que vem dos gigantes tecnológicos como Amazon, Google, Facebook e Apple e; por outro, a que vem das Fintechs, ou seja, as empresas nativas digitais, focadas em produtos e serviços bancários e finanças, explorando os benefícios da automação e slogans que enfatizam a experiência do cliente com a marca. Para isso, devemos adicionar um terceiro fator: os consumidores esperam um maior nível de personalização em suas relações com as empresas.

Diante desse panorama, o caminho a seguir é único: inovar. Para isso, as empresas precisam levar em conta três pilares: metodologia, cultura e tecnologia.

Vejamos:

Tradicionalmente, as empresas deste setor têm uma gestão que visa reduzir os riscos e maximizar a eficiência dos recursos. Por isso, quando pensamos em novas ideias de negócio, temos que passar por uma série de processos meticulosos. Tudo isso, realizado a partir de uma metodologia clássica, envolve várias etapas que levam muitos meses, algo que contradiz a forma de fazer negócios no contexto atual, onde a agilidade é necessária. É por isso que essas empresas devem mudar sua metodologia de trabalho para adotar processos ágeis em toda a organização.

Isso também tem a ver com as organizações culturais deste tipo de organizações nas quais elas normalmente trabalham em silos, algo que vai contra uma cultura de trabalho que promove a inovação, pois, para que isso ocorra, é necessário abordar situação com uma visão holística e multidisciplinar. Além disso, e também ligado à questão da cultura tradicional, onde o eixo estava no negócio, ou o centro deve ser colocado no cliente para acelerar o desenvolvimento de produtos e soluções de serviços de acordo com suas expectativas e necessidades.

Por fim, essas empresas têm, em geral, tecnologias de muitos anos, até décadas, mas, como estão no cerne do negócio, é muito difícil substitui-las. Em contraste, as empresas que nativas digitais implementaram soluções muito mais rápidas, flexíveis e mais poderosas. Dada essa situação, as organizações de serviços financeiros podem confiar nesses sistemas para determinadas ações e projetar uma arquitetura na qual os sistemas podem ser montados para lançar produtos e serviços distribuídos por canais digitais. Claro, isso é possível com sistemas legados integrando-os com tecnologias mais modernas.

As organizações tradicionais precisam confiar na tecnologia para preservar sua vantagem competitiva. Além disso, devem estar atentos a questões que não existiam antes, como danos à reputação, se algo tiver um impacto negativo no mercado, seus funcionários ou clientes.

A janela de oportunidades ainda está aberta e as empresas do setor de serviços financeiros ainda não estão com seus dias contados. Cabe a cada uma dessas organizações explorar o potencial de novas metodologias de trabalho e tecnologias disponíveis para minimizar os riscos envolvidos de ter mais concorrentes. Por outro lado, as fintechs também poderiam ser aliados de negócios. De fato, há muitos casos de fusões e alianças entre bancos e essas empresas, muitas delas ainda em fase de startups.