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Ribeirão Preto: do agronegócios à terceirização de produção de softwares

Vista_parcial_noturna_de_Ribeirão_Preto_SPRibeirão Preto não é o primeiro nome que vem à cabeça de ninguém que pensa em inovação no Brasil. A cidade do interior do Estado de São Paulo, localizada a cerca de 400 quilômetros da capital, é geralmente associada à agropecuária e todos os segmentos que se ligam a ela. No interior paulista, poucas regiões ficaram tão a partir deste segmento como Ribeirão. Só que a região tem reunido uma série de quesitos que podem torná-la um dos principais polos tecnológicos do país.


Cibelle Bouças, repórter do Valor Econômico, o principal diário de economia do país, foi até a cidade com população próxima de 600 mil pessoas para atestar a expansão tecnológico pela qual passa atualmente. Curiosamente, já existe um parque industrial na região que composto por diversos prestadores de serviços e considerado referência para o resto do país na produção e desenvolvimento de softwares para os setores médico, odontológico, industrial, de alimentos, de bebidas e de biotecnologia.

Entre estes segmentos citados, o de biotecnologia é o que faz mais sentido. A região Sugar Canetradicionalmente se desenvolveu com base no fortalecimento da agropecuária no país. Ali cresceu toda a indústria da cana-de-açúcar que primeiramente alancou, posteriormente, a produção de etanol Brasil à fora. Não é à toa que a região passou a ser conhecida como o "Texas Brasileiro".

O dinheiro do agronegócio trouxe desenvolvimento para a região, e  impulsionou a demanda por serviços na área de TI, especialmente para a terceirização de produtos de software. Nesse contexto, foi criado em 2004 o Piso, ou o Polo Industrial de Software.

A ideia era boa, e a intenção era atrair o máximo de atenção possível do mundo de TI para essa região que geralmente era vinculada apenas ao mundo do agronegócio. Uma das principais ideias era mobilizar a região para a importância do MPS.BR, a Melhoria de Processos do Software Brasileiro, que nasceu para medir a avaliação de qualidade das empresas de Tecnologia da Informação. 

Vista_Aérea_RP_-_2010Mas os desafios não eram poucos. A cidade, que tem uma das maiores rendas per capita do Estado, pouco atraia os jovens que se formavam entre as grandes universidades de tecnologia do país. Apesar de localizadas não muito distantes dali, alunos da Ufscar, em São Carlos; da Unicamp, em Campinas; e da USP, em São Paulo, não se motivavam a se mudar para o interior do Estado, especialmente porque os salários não eram competitivos com aqueles da capital ou de outros polos tecnológicos país à fora.

O primeiro obstáculo para as quarenta companhias do polo era justamente a manutenção e a atração de jovens profissionais da área de tecnologia. Por isso, criou-se uma parceria com dois centros de atração e retenção de mão-de-obra jovem, o Ciee (Centro de Integração Empresa Escola), que recruta estudantes para direcioná-los ao mercado de trabalho, e com o Senac, que forma profissionais em diferentes áreas técnicas. Outros aliados importantes foram o Sebrae, entidade voltada para pequenas empresas, e a Softex-Campinas, voltada a produção e exportação de software naquela região. Além disso, foram feitas associações com faculdades da região e uma empresa estrangeira de grande porte também se associou ao projeto.

A ideia deu certo, e os resultados começaram a florescer. Hoje, o foco do Piso é na produção de softwares de análises de dados, de BI (Business Intelligence), CRM (Customer Relationship Management), e de vendas automatiazadas. São cerca de 1,8 mil funcionários empregados pelas empresas associadas, que juntas somaram receita de US$ 220 milhões em 2011. E o mais interessante: mais da metade desse valor veio de empresas localizadas fora da região de Ribeirão.  

Agora, entidades públicas e privadas se aliam para fortalecer a marca de Ribeirão entre os grandes polos tecnológicos do país.

Deve ser inaugurado em julho de 2013 oficialmente o Parque Tecnológico de Ribeirão Preto, fruto de aliança entre a Fipase (Fundação Instituto Polo Avançado da Saúde), da Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo e da Universidade de São Paulo, que tem um campus na cidade. No total, os investimentos somam cercad e R$ 13 milhões, que pretendem gerar retornos muito maiores para a região. Sem dúvida, foi-se o tempo em que a região remetia unicamente a boi, cana-de-açúcar e agronegócios.


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