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O mercado que gira em torno da indústria de óleo e gás tende a ser um grande filão para as empresas de terceirização de serviços de tecnologia da região Sudeste do Brasil, e especialmente do Rio de Janeiro. Bem perto da costa carioca, e de outros estados da região, como São Paulo e Espírito Santo, está uma das maiores riquezas descobertas em terras brasileiras nos últimos anos: o pré-sal.
Aos poucos, o país vai se mostrando ágil em se aproveitar de todas as alternativas que a cadeia de produção petrolífera traz para a economia local (e nacional). O laboratório da PUC-Rio e do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), com o apoio da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), está desenvolvendo tecnologia para permitir a impressão em 3D de maquinário para empresas do setor, o que permite criar uma linha de produção local de produtos e serviços que antes teriam de ser, majoritariamente, importados, como noticia o Valor Econômico. A ideia é fascinante.
Com o nome de "Fabricação Digital", o projeto lançado na semana passada na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan) consiste basicamente na impressão de partes e peças 3D em diversas escalas e a partir de quatro laboratórios, com 25 funcionários no total. É pouca gente, mas que faz um trabalho considerado essencial para o desenvolvimento da indústria local, e com base em um sofisticado conhecimento técnico e tecnológico.
A impressão, no fim, acontece por meio da obediência das impressoras a softwares e programas desenvolvidos pelos pesquisadores locais. Para que se tornem realidade, é preciso fazer a combinação exata entre ingredientes como titânio, aço, nylon e outros plásticos, em camadas diferentes, como explica a matéria de Marta Nogueira.
Grande parte do dinheiro sendo canalizado para que projetos como esse sejam bem-sucedidos vem da própria indústria do petróleo, o que retroalimenta esse ciclo. A ,, por exemplo, destinará R$ 10 milhões decorrentes de obrigações legais a serem feitas na área de pesquisas. A ideia, entretanto, é que as pesquisas, e todos os produtos que são resultados delas próprias, se custeiem no futuro, segundo Carlos Camerini, superintendente da Onip.
É uma satisfação para os pesquisadores locais que pode fazer com que a região do Rio de Janeiro torne-se uma referência na produção de conteúdo e prestação de serviços tecnológicos para o setor de óleo e gás, o que torna a indústria local no segmento cada vez menos dependente de fornecimento de maquinário por estrangeiros. Esse fato é especialmente bem-vindo diante da escalada recente do dólar em relação ao real.
“Várias empresas e indústrias pelo mundo estão começando a trabalhar com a impressora 3D em vez de trabalhar com processo de fabricação tradicional”, disse Lopes ao Valor. Certamente, elas têm motivos para se preocupar -- e os pesquisadores, cada vez mais razões para seguir em frente com suas investigações e descobertas.